sábado, 13 de julho de 2013

BACH por J. E. Gardiner

Se fosse obrigado a escolher um único ciclo de música para levar comigo para a mítica, embora tão mencionada, “ilha deserta”, escolheria imediatamente o riquíssimo e ainda inultrapassável universo das Cantatas de Bach.

Durante os últimos anos, tive o privilégio de conhecer as diversas interpretações desta integral - desde a primeira realização, dirigida por Karl Richter (contando com um elenco de solistas realmente emblemático, embora pese uma vertente sinfónica que lhe confere um anacronismo demasiado evidente), passando pela gravação partilhada por Harnoncourt e Leonhardt (com todos os conhecidos problemas que lhe são inerentes, embora desculpáveis no seio de uma ingenuidade arqueológico-musical que a determinou), até às mais recentes versões (tanto do “historicamente esclarecido” Ton Koopman, como de um Helmuth Rilling, não-praticante da ortodoxia de execução em instrumentos da época).

Finalmente, e sem hesitações, devo salientar a mais nova gravação que se encontra disponível, e que se impõe perante todas as outras: a de John Eliot Gardiner, enquadrando uma inegável qualidade interpretativa num equilíbrio de texturas audiófilas que nunca ouvira antes.

Não posso deixar de referir o fabuloso e também recentíssimo ciclo dirigido por Masaaki Suzuki, que seria a minha escolha óbvia, caso Gardiner não se tivesse lançado nesta aventura que o conduziu a uma peregrinação musical repleta das mais fecundas nuances que alimentam, deliciosamente, os nossos ouvidos.

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