sábado, 31 de outubro de 2009

Música do Dia

MC, hoje, quando estava a ver este concerto, deparei com esta música, tendo decidido dedicar-te este post, por razões óbvias que tão bem conheces, e que ultrapassam qualquer noção de espaço ou de tempo - tal como a nossa amizade.

Beijos


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Músicas do Dia

APT, ando a prometer-te isto há muito tempo... Finalmente, aqui está, com um clip extra.





Marcial

Muito agradeço à minha cara amiga Hortênsia, ter-me surpreendido ao dar-me a conhecer este fantástico autor de c. do ano 34, oriundo da Hispânia.


Filénis, mulher-homem, enraba putos

VII,67

Filénis, mulher-homem, enraba putos
e, mais ardente que macho entesado,
devora por dia onze raparigas.
De saia arregaçada, joga à bola,
coberta de pó, e com braço fácil
maneja halteres pesados para maricas.
Da palestra poeirenta sai enlameada,
e submete-se às pancadas e ao óleo do massagista.
Não janta, não se reclina junto à mesa
sem antes vomitar umas boas litradas,
e outro tanto se dispõe desde logo a beber
mal engole dúzia e meia de almôndegas.
Depois de tudo isto, quando volta ao deboche,
não brocha (acto que julga pouco viril),
mas põe-se a devorar o sexo às raparigas.
Possam os deuses, Filénis, restituir-te o juízo,
tu que achas próprio de homens lamber conas!


Apesar de teres colhões depilados...

IX,27

Apesar, ó Cresto, de teres colhões depilados,
um caralho que parece um pescoço de abutre,
uma cabeça mais lisa que cu de prostituta,
de não teres nas pernas o mais ligeiro pêlo,
de sempre aos lábios brancos aplicares a pinça,
falas constantemente em Cúrios e Camilos,
em Quíncios, Numas e Ancos, esses heróis cabeludos
de que os livros estão cheios, e com palavras duras
lanças ameaças e investes com teatros e modas!
Mas se acaso te surge à frente algum panasca
recém-saído das mãos do pedagogo,
cujo pénis já inchado o técnico soltou
logo o chamas e o levas, e quase tenho vergonha, ó Cresto,
de dizer o que faz essa língua de Catão!

Sem guarda à porta...

I,35

Sem guarda à porta, com os batentes escancarados, ó Lésbia,
é que te apraz fazer amor, acto que nunca escondes.
Dá-te mais gozo um espectador do que um amante,
e não te dão prazer os prazeres que se ocultam.
Até a meretriz se esconde, corre a cortina e fecha a porta,
e nem por uma greta se vislumbra o interior do prostíbulo.
Aprende a ter pudor ao menos com Quíone ou com Íade:
até um túmulo serve para esconder tão reles putas.
Acaso te parece excessiva a minha censura, Lésbia?
Acho bem que forniques, em público é que não!


Que sejam os meus versos pouco sérios

I,36

Que sejam os meus versos pouco sérios,
tais que o mestre os não pode ler na escola,
tu lamentas, Cornélio. Porém os meus livrinhos,
tal como às suas consortes os maridos,
não podem sem caralho dar prazer.
Como escrever lascivo canto nupcial
sem usar lascivos termos nupciais?
Quem com traje de jogos florais, às meretrizes
permite que tenham seriedade de matronas?
Estes ligeiros poemas a uma lei obedecem:
apenas dão prazer se forem excitantes.
Por isso dá ao demo a seriedade,
não condenes, te peço, as minhas brincadeiras,
e tira da ideia castrar os meus livrinhos.
Nada há mais torpe que um Priapo capado!

Como nunca te vi cercada de homens...

I,91

Como nunca te vi, ó Bassa, cercada de homens
e de nenhuma amante as más-linguas te acusavam,
e como à tua volta só havia donzelas
prontas ao teu serviço, mas de macho nem cheiro,
cheguei, confesso, a crer-te uma Lucrécia.
Mas afinal, Bassa, que horror! tu fodia-las todas,
tu ousavas fazer amor cona com cona,
quase parecias um homem, ó Venus monstruosa!
Forjaste um enigma digno da tebana esfinge:
como haver adultério onde não existe homem!



Se a coisa te não maça ou enfastia...

I,97

Se a coisa te não maça ou enfastia, escazonte
eu te peço, ao meu caro Materno estas breves palavras
diz ao ouvido, de modo que ele apenas oiça.
Aquele apreciador de capotes sombrios,
que se veste de lã e de trajes conzentos,
que chama aos que usam roupas vermelhas maricas
e acha os tecidos cor de ametista próprios de mulheres,
por mais que gabe as vestes simples, e sempre use
sombrias cores, é esverdeado nos costumes.
Por que o julgo invertido?, perguntarás tu.
Tomamos banho juntos: nunca olha para cima,
mas com olhos vorazes contempla os paneleiros
e cresce-lhe água na boca ao ver caralhos.
Queres saber quem é ele? Já me escapou o seu nome.

Tu depilas o peito...

II,62

Tu depilas o peito, as pernas e os braços,
à volta do caralho cortas o pêlo curto,
para agradar, Labieno (quem o ignora?) à tua amante.
Mas a quem queres tu agradar, Labieno, ao depilar o cu?

III,71

Dói o caralho ao teu escravo
E a ti, Névolo, o cu.
Mesmo sem ser adivinho
sei bem de que raça és tu!

Nunca disse que fosses panasca...

IV,43

Nunca disse, ó Coracino, que tu fosses panasca:
não sou tão temerário ou descarado
que me ponha a mentir sem mais aquelas!
Se eu disse, ó Coracino, que tu eras panasca,
que me destrua o frasco de veneno de Pôntia,
que me destrua o cálice de veneno de Metílio.
Juro-te pelos inchaços sírios,
Juro-te pelos furores berecíntios!
O que eu de facto disse, é coisa sem importância,
de todos conhecida, que nem tu mesmo negarás:
só disse que és, Coracino, um lambe-conas!


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ainda Caim


Muito longe de ser uma obra-prima como "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", Caim é, todavia, um ensaio repleto de bom humor. E se não agrada a muitos é porque, muito provavelmente, esses muitos ainda nem sequer compreenderam o tema, ainda nem sequer vivem na época contemporânea, e muito menos estão inteirados do autêntico genocídio a que a Bíblia exalta, especialmente no Antigo Testamento - ou seja, nem sequer a leram.
Claro que toda esta celeuma é ridícula. Claro que toda a polémica tem sido proveitosa para o escritor. Claro que continuamos a ser dogmáticos. Claro que se anda a discutir o sexo dos anjos.
Saramago, com este livro, não inventou a roda e muito menos descobriu a pólvora - pelo menos aquela que, há muito tenta instaurar um pensamento moderno, mas não consegue sequer revolucionar as mentalidades.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sacrificium

Cecilia Bartoli já nos habituou à qualidade - tal não é novidade e volta a transparecer no seu novo álbum, dirigido por G. Antonini, com os instrumentos de Il Giardino Armonico, que já se tornaram uma constante na discografia desta intérprete.
Este duplo CD (ou melhor, CD + 1 extra com 3 faixas), tem ainda um dicionário sobre os Castratti, com todo e qualquer tema que lhes esteja associado, tornando-se uma obra que, para além do virtuosismo da interpretação, vale realmente a pena adquirir.
Quanto à escolha da imagem na capa do álbum, bem como de outras fotografias exibidas na embalagem, embora compreenda a intenção, julgo que não foi muito feliz. Mas gostos são gostos... sempre alvo da subjectividade. E, na verdade, o que realmente interessa é o conteúdo.


Bartoli

Post especialmente dirigido ao Luigi

domingo, 25 de outubro de 2009

O virtuosismo do Barroco

Novamente, um post do agrupamento Il Giardino Armonico (dirigido por Giovanni Antonini).Neste caso, trata-se do excerto de um evento que é imperativo ver na íntegra pois, para além deste concerto para flautino e de um concerto para alaúde (por Luca Pianca), integra interpretações de referência de arias de A. Vivaldi pelo mezzo-soprano Cecilia Bartoli.


sábado, 24 de outubro de 2009

'bora discutir o sexo dos anjos?


"Queres dizer que o senhor enlouquece as pessoas, perguntou isaac, Sim, muitas vezes, quase sempre, respondeu abraão (...)"

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Música do Dia

Dedicada à minha cara amiga MJ, com o desejo de rápidas melhoras.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Música do Dia


Hoje, ao regressar a casa, não sei porquê, apenas me ocorria esta música. Claro que, a seguir, lembrei-me imediatamente do clássico "Lil' Devil".





quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Enquanto o sol se apaga sob as asas feéricas da noite, sublinhadas pelas sombras da cidade, a chuva adocica a terra, formando riachos que, embora fatigados, correm planisfério fora, em plenitude, ansiosos por algo mais.

sábado, 17 de outubro de 2009

Visto agora mesmo

Hamlet - realizado e protagonizado por Laurence Olivier, com Jean Simmons no papel de Ophelia.



There is a willow grows aslant a brook,
That shows his hoar leaves in the glassy stream;
There with fantastic garlands did she come
Of crow-flowers, nettles, daisies, and long purples
That liberal shepherds give a grosser name,
But our cold maids do dead men's fingers call them:
There, on the pendent boughs her coronet weeds
Clambering to hang, an envious sliver broke;
When down her weedy trophies and herself
Fell in the weeping brook. Her clothes spread wide;
And, mermaid-like, awhile they bore her up:
Which time she chanted snatches of old tunes;
As one incapable of her own distress,
Or like a creature native and indued
Unto that element: but long it could not be
Till that her garments, heavy with their drink,
Pull'd the poor wretch from her melodious lay
To muddy death.


Música do Dia

Emma Kirby - a minha primeira paixão a nível da voz de Soprano e que fez com que, desde logo, me apetecesse conhecer muito mais.
Neste registo, está muito bem acompanhada pela Academy of Ancient Music, sendo possível, logo ao início, vislumbrar Monica Huggett, violinista que já tive o prazer de ouvir por duas vezes ao vivo, e que apresento no 2º vídeo que aqui coloco (que é realmente delicioso e bem representativo do carisma desta intérprete).




sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Decades




“Here are the young men, a weight on their shoulders”

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Músicas do dia - Happy birthday!!!





Dois videos dedicados a quem hoje faz anos




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Hoje, foi dia de:



Lalique, Fragonard, Rodin, e muitos outros. Na FCG, claro.

domingo, 11 de outubro de 2009

Na raíz destes dedos

Na raíz destes dedos,

moram tantos segredos,

que nunca irei revelar.

Crescem penosamente,

e culminam numa onda

que teima em não rebentar.

Feitos de lágrimas e risos,

de vontades e caprichos,

de um universo por beijar.

sábado, 10 de outubro de 2009

Música do Dia

Uma das melodias mais extraordinárias do Barroco Francês, da autoria de Jean-Philippe Rameau.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mexican Radio

Post dedicado ao L., que na Sexta-Feira me perguntava quem eram os Wall of Voodoo.






Aproveito para colocar 2 covers do tema "Mexican Radio, "dos Wall of Voodoo.









Deixo aqui também um clip do popular tema de Stan Ridgway, membro dos Wall of Voodoo, "Camouflage".


domingo, 4 de outubro de 2009

Concerto de José Cid

Não é necessário dizer que o concerto foi bom, com as músicas habituais, e um público a acompanhar em coro todas as letras.

Houve ainda espaço para apresentar música do novo álbum que será lançado durante a próxima semana.

Quanto ao ambiente, era bastante acolhedor e o espaço estava bem organizado.

Ficou a promessa de um concerto no Campo Pequeno, a 3 de Dezembro.

Por fim, M., obrigado pela companhia! :)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sabor de Amanhã

Amanhã, no Museu da Presidência, às 21h30.