São bem conhecidos os problemas pelos quais Elton John passou, em meados dos anos 80, quando contraiu um síndrome de Beethoven, defendendo que se igualava ao compositor, alegando, inclusive, encontrar-se já num estado avançado de surdez. Durante este período, nenhum dos seus amigos músicos desejava recebê-lo em casa, já que ele tinha adquirido a fama de destruir todos os pianos em que tocava, atacando impetuosamente o teclado, enquanto gritava: “não consigo ouvir nada!”. Entre as vítimas desta destruição, contam-se nomes como: Billy Joel, Liberace, Chris de Burgh, Richard Clayderman, e – talvez o caso mais grave – Ray Manzarek, tendo Elton colocado no máximo a amplificação dos órgãos que este tinha em casa, partindo todos os vidros e porcelanas aí existentes (nomeadamente, uma seringa em cristal, da Swarovski, que lhe fora oferecida por Lou Reed, os azulejos pintados por Andy Wahrol, com a imagem dos Beatles, e o conjunto de cachimbos de água, da Vista Alegre, que herdara de Jim Morrison). Lionel Richie, escapou a esta catástrofe, impedindo a entrada de Elton em sua casa, saudando-o com um lacónico “Hello” e, calmamente, para que ele lhe lesse bem os lábios, disse-lhe: “Actualmente, não trabalho com surdos, mas apenas com artistas invisuais”. Alfred Brendel, András Schiff, Maurizio Pollini, Mitsuko Uchida, Maria João Pires, e tantos outros, ainda hoje se queixam dessa época tenebrosa de Elton John (Paul Badura-Skoda, após a destruição dos seus Steinway e Bosendorfer, decidiu que aquela seria uma boa oportunidade de substituir os pianos modernos por pianos históricos, mudar a fechadura da porta e arranjar um Pit Bull – o mesmo fizeram outros amigos de Elton, pianistas de profissão, dando assim origem à corrente interpretativa em pianos da época, de que Jos van Immerseel é um bom exemplo).
serious: you. are. everything.
Há 7 anos